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      Guitarra e Violão Contrabaixo

      Reciclando Ideias: uma nova abordagem sobre a arte do Improviso - Parte V

      Por: Danny Al varenga | Categoria: Guitarra e Violão, Improvisação 14787 exibições Dificuldade Intermediário

      Fala galera ligada aqui no Guitar Battle, tudo bem? Demorei, mas voltei com a sequência da coluna. Nesse mês iremos ver mais de perto um assunto bacana e que pode ajudar, e muito, na hora de improvisar, independente do seu estilo de tocar. Falaremos sobre as sobreposições e aplicações de tríades e tétrades, além de estudarmos a aplicação direta e indireta da escala pentatônica dentro do campo harmônico maior. ‘De quebra’, nós iremos conferir as soluções para o segundo modo da escala maior, que é o Dórico. Vamos nessa?

      Aplicação das escalas pentatônicas sobre o campo harmônico maior. Encontraremos as pentatônicas maiores sobre o Iº, IVº e Vº grau do campo harmônico maior. Suas respectivas menores estão sempre nos: IIº, IIIº e VIº graus, em resumo nos seis modos do campo harmônico maior podemos trabalhar com pentatônica. Um cara que fez disso uma linguagem é o Eric Johnson. Se vocês não conhecem ainda, vale a pena pesquisar um pouco mais sobre esse grande guitarrista! Uma boa dica de disco dele é o álbum “Venus Isle”.

      Voltando ao assunto pentas, essas que citei são pentas muito populares no mundo do blues e do rock. Para obtermos uma penta maior basta pegarmos um modo maior e omitir (deixar de tocar) 4ª e a 7ª. Ficando com a fórmula dela assim: Tº – 2ª – 3ª – 5ª e 6ª. Omitindo a 2ª e a 6ª de qualquer modo é possível se obter uma penta menor – Fórmula: Tº- 3b – 4ª- 5ª e 7ª. Além das pentas convencionais, ainda teremos mais três alternativas para fugir da monotonia e do marasmo sonoro que você pode sofrer caso resolva tocar apenas com pentatônica e queira desenvolver um estilo, assim como o Eric Johnson fez. São essas alternativas: Menor 6 (IIº), Maior 7 (Vº) e Menor 7/5b (VIIº).

      Quadro geral das pentatônicas sobre o Campo harmônico maior (Resumão):

      Pentas de aplicação direta serão somente as do mesmo grau e tom do modo em questão, as demais terão aplicação indireta ou secundária. Ex.: Dm Dórico – temos a aplicação das pentas de Dm ou Dm6 todas as outras podem funcionar bem, mas como uma segunda opção por isso são secundárias. Partindo da ideia de que pentas são modos com duas notas omissas, se somarmos as notas das 6 pentatônicas disponíveis no campo harmônico de C estaremos trabalhando sempre com as mesmas 7 notas da escala de C maior, C D E F G A B, fazendo as possíveis combinações pentatônicas de 5 em 5 notas. Sobre os modos: dórico, lidio e mixolídio, o aproveitamento das 6 pentatônicas é total levando em consideração o preferencial das pentas de aplicação direta de seus respectivos modos. Sobre o modo de preferência a penta do Iº Grau, pois terá uma sonoridade mais atraente do que a do (IVº grau), por exemplo. Sobre os modos jônio e eólio (os dois naturais) e harmonias tonais centradas em jônios e eólios, muito comuns no pop, rock e heavy metal, as opções serão reduzidas e se resumem somente as pentas do Iº e Vº graus e seus respectivos relativos menores, dando preferência à penta do Iº grau. Sobre o frígio de preferência às pentas do VIIº grau (m7/5) e a de aplicação direta do IIIº grau. Sobre o modo lócrio, muito incomum na nos estilos pop, rock e metal, de preferência as aplicações do IIº grau e a de aplicação direta. Pra ser bem realista, o acorde frígio não é uma situação muito comum em músicas mais populares. Portanto, não tem muita opção e essas acabam por serem as mais razoáveis.

      Quando o assunto for blues, indispensável para a formação de um guitarrista de rock, as pentas principais serão sempre: Penta maior, Penta menor 7, Penta blues, Penta menor 6 no mesmo tom do blues em questão. EX.: Sobre um blues em A maior (mixolídio) usamos as pentas de A, Am7 e Am6, considerando a 3b das pentas menores como blue note. Usando a terça menor de passagem para a terça menor e concluindo a frase na tônica é um bom clichê de blues que você já tem na manga para usar. Se tratando de blues principalmente o tradicional, você improvisa em cima de acordes totalmente dominantes. Então sempre marcamos como um (mixolídio Vº grau) para cada acorde, ou seja, cada acorde isolado faz parte de um campo harmônico diferente. Por exemplo. Um Blues em C, você terá acorde como A7, D7 e E7. O acorde A7 pertence ao campo harmônico de D maior, D7 pertence ao campo harmônico de G maior e E7 pertence ao campo harmônico de A maior. Portanto se usarmos essa fórmula apresentada fazendo as respectivas alterações quando a base muda de acorde, temos um bom começo de como se improvisar em cima de um blues maior. Abaixo deixarei um breve exemplo de uma condução harmônica de blues básica e também deixarei a backing track em anexo para download.

      Backing track no tom de A:

      Arpejos- Aplicação de Tríades:

      De forma geral, o principal arpejo para qualquer acorde é o arpejo do próprio acorde em questão. Porém, podemos sobrepor diferentes arpejos de um mesmo campo harmônico sobre um acorde e estender suas tensões tendo um aproveitamento muito mais amplo de suas dissonâncias, o que resulta em um resultado melódico e harmônico muito maior independente da função modal do acorde.

      As tríades do I, IV e V grau são sempre uma boa opção, pois quando sobrepostas sobre qualquer acorde do campo harmônico, somam todos os intervalos. Observando o campo de C em tríades:

      Das três tríades teremos duas como alvo principal, a que somar a 3ª e a 5ª, pois mostram o tipo de acorde (maior, menor, etc…) e a que somar o intervalo que caracterize o modo. Para os modos: dórico frígio, lídio e mixolídio as melhores opções sempre estarão no IV e V graus. Para o modo jônio e eólio as tríades do I e V graus podem soar mais interessantes.

      Podemos usar as três tríades menores do II, III e VI graus do campo harmônico que somadas também geram todas as notas da escala Observe o exemplo sobre o campo harmônico de C:

       

      É possível sobrepor tríades partindo de qualquer intervalo de um acorde (independente do modo que esteja). Quando relacionamos o acorde ao seu campo harmônico, temos uma visão geral dessas possibilidades.

      De cada intervalo que partimos somamos um grupo de 3 intervalos sobre o acorde do modo em questão. Segue aqui um “resumo” com a relação dos intervalos somados a partir de todos os intervalos de um acorde independente e sua função modal.

      * = Principais opções

      Percebemos que partindo da tônica, terça e quinta, sexta e sétima, teremos a extensão perfeita e aproveitamento total dos intervalos, sendo este um outro padrão de raciocínio.

      Para alguns modos, algumas dessas configurações de notas (combinações de intervalo) não serão muito convenientes por somar avoid notes.

      Sobre (o modo jônio, por exemplo, a 4ª (justa) é um avoid note (ruim como repouso) e quando somada com a 7ª maior) gera uma tensão harmônica ou melódica desagradável.

      Por isso para acordes jônios evite a sobreposição de tríades partindo da 7ª e de preferência aos arpejos que não somam 7ª e 4ª juntas. Uma boa pedida de substituição é a sobreposição partindo da 6ª, pois sempre soma os intervalos de T, 3ª e 6ª, uma boa configuração para acordes de qualquer função modal.

      Quando a sexta for do tipo 6b evite como repouso, como no caso de acordes frígios e eólios. De uma maneira geral, intervalos ruins como repouso (avoids), são aqueles que estão um semitom acima da tríade acima do acorde (T, 3ª e 5ª).

      Arpejos – Aplicação de Tétrades: a aplicação de diferentes tétrades sobre um mesmo acorde nos da a possibilidade de estender suas tensões. É o que chamamos de sobreposição, recurso muito interessante de ser usado na improvisação de solos ou em composições autorais.

      Vamos tomar como exemplo um acorde de A7 (mixolídio), pertencente ao campo harmônico maior de D (é sempre importante essa associação). Se você associar as notas da escala de D aos intervalos do modo mixolídio.

      Exemplo:

      Os intervalos em negrito estão sempre uma oitava acima dos que estão originalmente escritos em baixo.

      Campo Harmônico:

       

      A ideia é associar intervalos (ou notas) do acorde A7 aos graus (tétrades) de seu campo harmônico, Veja o exemplo:

      Matematicamente falando, quando sobrepomos tétrades partindo da tônica, terça, quinta e sétima de um acorde independente de sua função modal, nós estamos estendendo os intervalos (tensões) de forma cronológica como mostrado no exemplo acima.

      Agora usando o mesmo recurso sobre Am7 dórico como exemplo:

      Vale Salientar que é imprescindível saber na manga as digitações mais usuais de arpejos ou as que mais se adequam a sua forma de tocar, não cabe a minha pessoa dizer: “Qual formato ou desenho de arpejo ou escala é o melhor, ou qual o desenho que mais funciona. Não existe essa receita. Se tratando de improviso e de guitarra não existe, melhor ou pior. Existe apenas o que funciona pra você e o que não funciona. As vezes o que funciona pra mim não funciona bem pros demais ou vice e versa, então o trabalho aqui é estudo e pesquisa”.

      Deixarei aqui os desenhos e shapes de arpeggios, para que vocês possam estudar a dica aqui é:

      1. estude com o metrônomo. Sempre começando do mais lento e acelerando a velocidade.
      2. estude tanto usando a técnica de sweep, quanto usando a técnica de palhetada alternada.
      3. tente gravar os acordes do campo harmônico ou pedir para um amigo tocar para você (caso esse amigo saiba os acordes e toque), e tente tocar o campo harmônico maior em forma de arpejos, usando tanto palhetada alternada quanto palhetada sweep.

      Obs: De cara você pode não conseguir aplicar isso no improviso , mas nao desista da ideia só porque você ainda não consegue executá-la como gostaria que soasse. Este é um caminho longo árduo e você terá de estudar um pouco pra levar vantagem.  Uma boa dica de referência é ouvir o trabalho de caras que fizeram de arpejos, como Steve Morse, Y. J Malmsteen e Jason Becker. Esses sao alguns magos na arte de usar arpejos em seus solos e composições como forma de enriquecer suas linhas melódicas.

      Shapes dos arpejos:

      Arpejos aumentados :

      O acorde (arpejo) aumentado é simétrico suas inversões se repetem com as mesmas posições a cada dois tons.  

      Shapes dos arpejos de tétrade:

       

      Obs: O acorde (Arpejo) diminuto é simétrico suas inversões se repetem com as mesmas posições a cada 1 tom e ½.   

      Soluções para modo dórico:

      O modo dórico nada mais é do que o segundo grau da escala maior (ou a escala maior tocada com a tônica à partir da segunda nota como uma inversão). Ele é o único modo menor que não possui notas que devem ser evitadas, as tão temidas “Avoid notes”. Porém, não é por isso que todos os intervalos sejam necessariamente bons, quando temos um modo que não tem notas a serem evitadas devemos nos policiar bastante,  porque dependendo da situação pode acontecer de um intervalo as vezes não soar bem quanto deveria. Portanto é sempre válido usar o bom senso e o bom gosto. Vamos conferir mais de perto?

      Aqui por via de regra vale a pena gravar um acorde dórico parado e tentar tocar em cima dele os shapes  e o campo harmônico onde tiver o tom escolhido como IIº dórico: Eu deixarei aqui um Play back disponível para download, esse play back está em Am. O estudo aqui será:

      • abrir o campo harmônico e ver de quem que o Am é o segundo grau.
      • calcular as possibilidades de arpejos e de tríades e tétrades que é possível usar nesse modo. E tocar cada possibilidade individualmente.
      • criar frases e licks que misturem arpejos, e escalas.
      • fazer isso com todos os tons possíveis e imagináveis tendo a concepção por enquanto apenas de que esse acorde menor seja o IIº grau e nunca outro grau (pelo menos por enquanto).

      Playback:

      Então é isso! Por esse mês é só, galera! Antes que eu me esqueça, deixarei aqui um canal para que caso haja dúvidas ou curiosidade por parte da galera possamos fazer uma espécie de fórum que é o: dannyalvarenga121@yahoo.com.br .

      Qualquer dúvida, mesmo que eu demore um pouco pra responder, devido a correria, eu peço para que direcionem neste canal assim posso atender melhor à todos.

      Forte abraço e muito estudo pra todos forte abraço!

      Keep rocking!

       

       

       

       

       

       

      Danny Al varenga Tenha aulas particulares São Paulo / SP | 4 músicas | 4 batalhas | 4 lições
      Danilo Al Varenga é atualmente professor de guitarra do Instituto musical Toque Fácil, que fica ...leia mais »
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