Contrabaixo - pizzicato três dedos

Por: Rapha Garcia | Categoria: Contrabaixo, Técnica

Fala, pessoal! Meu nome é Rapha Garcia, novo colaborador do Guitar Battle, e hoje eu estou aqui, inaugurando esse espaço para trazer algumas dicas também para o universo do contrabaixo.

Para começar com tudo, hoje eu trago um guia completo para aqueles que querem começar a entender um pouco mais da técnica de pizzicato, com três dedos. Essa técnica é muito utilizada no estilo heavy metal, por exemplo, quando o baixista quer tocar notas rápidas e precisas, como semicolcheias em BPM (batidas por minuto) alto.

Existem muitos baixistas que são mestres nessa técnica e atingem velocidades incríveis com os três dedos, acompanhando, por muitas vezes guitarristas em palhetadas alternadas ou em solos. Podemos citar alguns baixistas que utilizam essa técnica e que são grandes referências no assunto: John Myung, do Dream Theater, Billy Sheehan, do Mr. Big e o brasileiro Felipe Andreoli, do Angra. Todos esses baixistas aí serão matéria obrigatória para quem quiser estudar a fundo esta técnica!

Inicialmente, vamos falar como é a essência dessa técnica e alguns exercícios para aprimorá-la e adquirir a independência da mão direita. Basicamente, temos duas maneiras de fazer, sendo que a primeira é a mais utilizada, mas demora um pouco mais para se acostumar. Já e a segunda é menos utilizada, mas é mais precisa.

Lembrando que toda e qualquer perfeição em alguma técnica advém de um desenvolvimento pessoal do músico, ou seja, se você desenvolver uma maneira mais confortável de se executar o pizzicato de três dedos, vá em frente! :)

Primeira maneira

A primeira maneira de se fazer essa técnica consiste em utilizar três dedos para fazer quatro notas, e ir seguindo a contagem a diante, sempre marcando a primeira nota do compasso, independente de qual dedo ela é tocada.

Começando com o dedo 3, tocamos da seguinte maneira: dedo 3, dedo 2, dedo 1 e novamente o dedo 3. Depois, começaríamos a sequência de 4 toques com o próximo dedo, que seria o dedo 2. Lembrando sempre de aumentar a intensidade dessa primeira nota para dar marcar o início do compasso. Daí basta seguir em diante com a mesma estratégia.

Então fica assim: 3, 2, 1, 3 – 2, 1, 3, 2 – 1, 3, 2, 1 e por aí vai. Ao utilizar um metrônomo para treinar, você repara que o som fica íntegro, reparando a semelhança da sonoridade com a técnica de dois dedos.

É importante também treinar esse método ao contrário, fazendo a sequência 1, 2, 3, 1 e seguindo adiante, para que você consiga uma independência ainda maior dos dedos da mão direita, em relação aos da mão esquerda.

Segunda Maneira

Na segunda maneira, utilizaremos um método intuitivo e preciso, mas, como eu disse, é mais difícil de se adaptar. São os mesmos três dedos fazendo as quatro notas, porém, com o mesmo dedo que você faz a segunda nota, você fará a 4ª.

Começando com o dedo 3, dedo 2, dedo 1, e novamente o dedo 2. E por aí vai.

Então fica assim: 3, 2 , 1, 2  – 3, 2 , 1, 2  – 3, 2 , 1, 2. Assim como da primeira maneira, é necessário o uso do metrônomo no treino, para você já ir acostumando com as batidas e com as intensidades corretas na primeira nota do compasso.

Exemplos:

Bom, agora que vocês já sabem como funciona a técnica, vamos aplicá-la na música. Não se esqueça de praticar as duas maneiras de digitação, descritas nos exemplos pelos números em cinza. Não se esqueça também de utilizar o metrônomo para estudar. Se você não possuir um, pode baixar gratuitamente clicando aqui.

No primeiro exemplo abaixo, para treinarmos os toques com a mão direita, vamos tocar 4 semicolcheias por tempo, ou seja, 16 semicolcheias por compasso. Comecem com o metrônomo a 50BPM e vá sentindo as 16 notas subdivididas pelo dedo que você irá começar.

À medida que você for se sentindo confiante, vá aumentando a velocidade do metrônomo. A ideia é que alcancemos a velocidade de 160BPM, que é o andamento da grande maioria das músicas de heavy metal composta atualmente.

Treino para a mão direita

No segundo exemplo abaixo, vamos começar a trabalhar com saltos de corda, e isso complica um pouquinho as coisas. É necessária muita paciência e muita atenção para acertar os saltos com os dedos certos, pois isso é o que irá te dar agilidade na hora de tocar.

Para que você mantenha a qualidade na execução das notas, treine bastante este exemplo de maneira ascendente (descendo a escala) e descendente (subindo a escala), em várias partes do braço do contrabaixo, utilizando várias escalas de notas diferentes, sempre aumentando gradativamente o andamento no metrônomo. Resumindo: diversifique ao máximo este exemplo!

Exercício para salto de corda

No terceiro exemplo abaixo, vamos trabalhar com saltos mais bruscos de cordas, tocando a escala ascendente e descendente. Notem que agora não faremos mais quatro toques para cada nota, mas sim, cada nota será tocada com um dedo diferente. Recomendo iniciar este exemplo só após de conseguir ter o domínio completo do exemplo acima, pois você precisa saber exatamente onde o compasso começa e termina. Assim como o exemplo anterior, treine utilizando todas as escalas (maiores e menores, menores melódicas, menores harmônicas, pentatônicas, etc), em toda a extensão do braço do instrumento e aumentando gradativamente a velocidade do metrônomo.

Aplicação da técnica em escalas

Lembre-se que mais importante do que ser rápido, no pizzicato de três dedos você tem que ser, acima de tudo, preciso ao tocar!

Revisando…

Bom, agora que já vimos como a técnica funciona e já conceituamos em dois exemplos, vamos fazer uma revisão:

O pizzicato de três dedos é uma técnica que traz bastante versatilidade para todos os estilos musicais. É muito utilizada no estilo heavy metal, e nos dá a possibilidade de aumentar consideravelmente a velocidade das notas tocadas com a mão direita, com a mesma precisão de estarmos utilizando apenas dois dedos.

Essa técnica pode ser feita de duas maneiras, utilizando a sequência alternada de dedos 3-2-1-3, 2-1-3-2, 1-3-2-1, ou então usando a sequência de “ida e volta” dos dedos: 3-2-1-2.

Lembrem-se sempre de inverter as sequências dos dedos para melhorar a independência entre a mão esquerda e a mão direita, e também treinar com um metrônomo para aumentar a precisão das notas tocadas!

Então é isso aí. Espero que vocês tenham gostado dessas dicas. Qualquer dúvida, sugestão ou crítica, basta deixar um comentário no post ou entrar em contato comigo pelo Twitter ou Facebook. Não deixem de visitar meu canal no youtube e o meu blog!

Um abraço e até a próxima!

Valeu! :)